domingo, 23 de setembro de 2007

América Latina não precisa de um líder, diz Lula

23/09/2007 - 08h35


da BBC Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em uma entrevista exclusiva ao jornal americano "The New York Times" que a América Latina "não está tentando procurar um líder" nem "precisa de um líder".

Segundo o jornal, Lula descartou sugestões de que ele deva ser um contraponto ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que "tem agressivamente atraído as atenções na região com seus acordos na área de energia e suas manobras políticas em favor de candidatos de esquerda".

"O que nós precisamos fazer é construir uma harmonia política, porque a América do Sul e a América Latina precisam aprender a lição do século 20", disse o presidente, que se encontrou com Chávez na quinta-feira em Manaus.

"Nós tivemos a oportunidade de crescer, nós tivemos a oportunidade de nos desenvolver, e nós perdemos essa oportunidade. Por isso nós ainda somos países pobres."

Em uma coletiva após o encontro com Chávez, Lula já havia dito que "não existe disputa" entre Brasil e Venezuela por um suposto papel de liderança na região, nem divergências entre os dois líderes.

Mas, segundo o "The New York Times", "as relação entre Brasil e Venezuela ficaram por vezes estremecidas (...), com o Brasil parecendo se distanciar de algumas propostas de Chávez para maior integração regional".

Na entrevista ao jornal, Lula reiterou seu apoio a um projeto defendido por Chávez nesse sentido, o Banco do Sul, que financiaria projetos de desenvolvimento.

Mas com relação a outro projeto, o gasoduto que o venezuelano quer que seja construído entre Venezuela e Argentina, passando pelo Brasil e pela Bolívia, Lula se mostrou mais cético.

De acordo com o "The New York Times", Lula disse que uma questão crucial é se haverá gás suficiente para tornar o projeto viável.

Na entrevista de 1h15 ao jornal americano, publicada com o título Um líder resiliente proclama o potencial do Brasil em agricultura e biocombustíveis, o jornal destaca o fato de que Lula parece não estar sendo afetado por problemas domésticos do Brasil, como a crise aérea ou os escândalos de corrupção.

"Essas preocupações praticamente não parecem deixá-lo preocupado", descreve o autor da entrevista, Alexei Barrionuevo, que diz que Lula desenvolveu uma "notável resiliência política" devido ao bom momento econômico vivido pelo Brasil e à sua popularidade.

Barrionuevo também abordou na entrevista os planos de Lula para além de 2010.

O presidente voltou a deixar claro que não teria vontade de permanecer no poder e que espera voltar a viver em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde começou sua trajetória política.

Falando de sua "aposentadoria" como presidente, Lula também aproveitou para, indiretamente, ironizar Fernando Henrique Cardoso.

"Eu não vou participar de um programa de estudos para graduados na Universidade de Harvard", afirmou Lula, se referindo a uma atividade regular do ex-presidente tucano.

Fonte: Folha Online - http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u330681.shtml

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Bolívia: Onde há fumaça, há fogo...


O tempo dirá

Podem ser apenas rumores, mas podem não ser... O fato é que organizações sociais bolivianas pedem divulgação internacional contra um possível golpe para tirar o presidente Evo Morales do poder. O plano viria de setores empresariais e oligárquicos do país, inclusive com o documento "Plan para tombar el índio de m...", e eles estariam apenas esperando um pretexto.

Mea culpa

Ainda segundo as organizações sociais, os primeiros passos já foram dados com todo o barulho em torno da autonomia de certas regiões e a transferência da sede do governo. Um outro capítulo do velho "vício latino-americano" seria que, pós-golpe, os próprios golpistas fariam um mea culpa e "concordariam" em convocar novas eleições. Mas o objetivo já teria sido conquistado: Evo Morales estaria fora. (RO)

(De Mario Braga e Redação - Tribuna da Imprensa):

http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=fato


sábado, 15 de setembro de 2007

Venezuela doará mais US$ 50 milhões a municípios na Bolívia

La Paz, 15 set (EFE).- O embaixador da Venezuela em La Paz, Julio Montes, disse hoje que seu país doará mais US$ 50 milhões aos municípios bolivianos, mas esclareceu que depositará o valor em contas e não será entregues pelo presidente Evo Morales, como até agora.

Os cheques com ajuda venezuelana que Morales distribuiu entre prefeitos não aparecem na contabilidade oficial nem têm controle.

No entanto, Montes comentou hoje aos jornalistas que, a partir de janeiro de 2008, o dinheiro da Venezuela será depositado diretamente nas contas dos municípios e que seu país não exercerá nenhum tipo de controle sobre esses recursos.

Os políticos da oposição na Bolívia denunciaram que a ajuda venezuelana não é transparente e que, em alguns casos, é manipulada por Morales a critério pessoal e sem nenhum controle legal nem fiscal.

Recentemente, o embaixador Montes esclareceu que as doações são controladas diretamente "de forma transparente" pela Venezuela e por Morales, como estabelece um convênio bilateral, e que o presidente pode destiná-las aos municípios, à melhora de quartéis e a obras de infra-estrutura social, entre outras coisas.

Fonte: Uol Notícias - http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/09/15/ult1808u101365.jhtm

domingo, 9 de setembro de 2007

Os EE.UU e suas intervenções na América Latina

Comprometendo reputações e envolvendo até JK
30/11/06 - 14h47 - Na verdade, a publicação desta conversa Kennedy-Gordon é conhecida de algum tempo. Mas muito pouca coisa dela foi divulgada, sobretudo a forma desabrida como Kennedy e Gordon falam em golpear as instituições:

Presidente Kennedy – Bom, acho que agora não posso fazer nada com Goulart ali. Não tem nada...
Gordon – Bom, acho que tem. Este é o ponto importante da estratégia, em geral. Uma coisa que quero alertar é a possibilidade de uma ação militar. Esta é, esta é uma grande possibilidade nas cartas.
Presidente Kennedy – Agora, deixe-me perguntar – nós temos sido muito críticos da açãomilitar no Peru...
Gordon – (Ininteligível)
Presidente Kennedy – ... o que é inteiramente diferente.Nãopodemos ser exatamente.. Os militares fizeram um excelente trabalho um ano atrás. Tudo depende das circunstâncias de uma ação militar.
Gordon – Eu acho,eu acho...
Presidente Kennedy – Em outras palavras, nós éramos contra a ação militar na República Dominicana. Tínhamos nossas reservas em relação aos militares depois que eles prenderam Prado. Mas vamos recuar e reconhecê-los na próxima semana, ou esta semana; mas a questão é mesmo de como... qual nossa atitude em direção ao que seria...
A conversa também revela as idas constantes de JK à embaixada americana para conspirar com Gordon contra Goulart:
Gordon - O Kubitsheck levou esta (informação) a 30 altos oficiais militares e eles lhe disseram, unanimemente, que isto seria inconstitucional e se Goulart tentar, eles se oporiam a ele. Ele perguntou se poderia dizer aquilo a Goulart. Eles todos responderam sim e alguns disseram: “Bom, seria melhor assinar nossos nomes num manifesto”. E ele voltou a Goulart e Goulart desistiu.
O Embaixador Lincoln Gordon ainda leva um pedido de emprego de JK a Kennedy e o embaixador chega a esnobar o ex-Presidente que construiu Brasília:
Gordon - O Kubitsheck escreveu ao senhor uma carta que tenho aqui (...) Bem,o que ele gostaria é que nós estabelecêssemos, dentro da OEA, uma espécie de coordenador político geral da Aliança para o Progresso e colocasse o Kubitsheck naquele cargo.
Isto nãopode ser feito este ano, acho. Eu acho que isto poderia ser uma boa idéia, mas nãosei se o Kubitsheck seria o homem ou não (...)
Presidente Kennedy – Bom, ele está apoiando o Goulart?

Extraído do Blog Café na Política

Para ler a íntegra da conversa, acesse:

http://cafenapolitica.blog.br/blog/index.php?m=11&y=06&entry=entry061130-141246