Uma semana depois de ter sido firmado, virou pó o acordo que devolveria Honduras à normalidade institucional.
Intermediado por negociadores dos EUA e da OEA, o acerto tropeçou já no primeiro passo.
Previra-se a formação de um gabinete de conciliação até esta quinta (5). Teria representantes dos dois lados.
Um pedaço da equipe seria indicado pelo presidente golpista Roberto Micheletti. Outro, pelo deposto Manuel Zelaya.
Para abrir caminho à pacificação, o gabinete golpista renunciou na noite passada. Mas Zelaya negou-se a indicar os seus prepostos.
Micheletti deu de ombros. E compôs a nova equipe mesmo sem os nomes do desafeto.
Zelaya declarou que o acordo está morto. Mandou dizer que o responsável pelo fracasso é Micheletti, que culpou Zelaya.
No miolo da fogueira, arde uma pergunta: quem vai chefiar o gabinete da conciliação?
Pelo acordo, caberia ao Congresso hondurenho decidir se Zelaya será ou não restituído à presidência.
O diabo é que não foi marcada uma data para a deliberação. E, ao cabo de uma semana, o Congresso não moveu uma palha.
Daí a recusa de Zelaya em levar nomes à mesa. De quebra, voltou a vociferar contra as eleições presidenciais marcadas para o final de novembro.
Afirma que, realizado sob Micheletti, o pleito será ilegítimo. Ou seja, voltou-se à estaca zero.
Patrona do acordo que fixou coisas definitivas sem definir as coisas, a OEA cobra o cumprimento do que foi celebrado.
Restabelecido o impasse, Zelaya continua desfrutando das instalações da embaixada do Brasil, convertida em hospedaria terceirizada do companheiro Hugo Chávez.
Escrito por Josias de Souza às 18h29
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