Tribuna da Imprensa - Coluna do Hélio Fernandes:
2 de dezembro, haja o que houver,
A Venezuela em Chamas
Ontem coloquei aqui alguns presidentes dos EUA, que DETESTO e DESPREZO pelo que fizeram contra o mundo. Não é satisfatório para eles que depois de 219 anos da primeira eleição (1788) os EUA só tenham 4 presidentes-estadistas. (É bem verdade que em 119 anos de República [1889] não temos nenhum presidente-estadista, apesar disso me ufano do meu país. Só lamento os 507 anos de atraso, e o fato de Pedro Álvares Cabral ser ainda o fator mais moderno da nossa história).
Respeito e cada vez exalto mais presidentes como Washington, Jefferson, Lincoln, Franklin Roosevelt, conciliadores, estadistas e "patriotas da defesa do mundo", não apenas de um pedaço de terra. DETESTO e DESPREZO Nixon, Eisenhower, Taft, Coolidge, Wilson e vários outros.
É mais do que incompreensível que homens como Reagan, Bush pai, Bush filho tenham chegado a presidentes dos EUA. Lastimável. Hugo Chávez deve ter estudado na mesma escola desses três. Tudo a ver entre eles, só que os mais esclarecidos americanos, a partir de 1948, já conversavam para acabar com o sistema de ELEIÇÃO ININTERRUPTA.
Em 1952, os Partidos Republicano e o Democrata, que raramente se entendiam, aprovavam emenda constitucional proibindo que qualquer cidadão pudesse ser presidente por mais de 8 anos, mesmo que atingisse POPULARIDADE de 100 por cento.
Agora vem o estouvado, apalermado, aloprado e desvairado Chávez e quer que o POVO LHE DÊ O DIREITO DE FICAR NO PODER ATÉ O FIM DOS TEMPOS OU DA VIDA. Talvez até fique, mas estarei sempre na trincheira da resistência a homens como ele, que tem o perfil de Bush pai e Bush filho.
Talvez o coronel Gimenez (lá mesmo na Venezuela), Pinochet, Ortega (na Nicarágua, mudando da extrema esquerda para a extrema direita, se beneficiando dos recursos americanos), os generais da Argentina e do Brasil, e todos os ditadores ostensivos, sejam mais "benéficos".
Como tomam o Poder aberta e ostensivamente, podemos combatê-los também aberta e ostensivamente, eles têm um prazo quase certo de duração. Já os coronéis como Chávez se dizem democratas, se refugiam e aplaudem a eles mesmos, considerando que a última palavra em matéria de democracia é o PLEBISCITO ou o REFERENDO.
NÃO É. Democracia é alternância no Poder através de eleição pelo prazo determinado. E esse prazo está diminuindo no mundo inteiro. Até se admite ou pode se admitir ou considerar mudança da Constituição para quem venha depois e não para ETERNIZAR aquele que está no Poder.
(O general Lessa, aqui mesmo nesta Tribuna, numa pesquisa altamente trabalhosa, mostrou a realidade do armamento de Chávez. Perto do desaparelhamento das Forças Armadas do Brasil, a Venezuela passou a ser uma potência militar).
FHC foi o Chávez que não deu certo. Em 1994, como Lula era franco favorito, diminuiu o mandato presidencial de 5 a 4 anos. Depois, em 1997 (na inauguração do "mensalão pago à vista"), aumentou seu próprio mandato para 8 anos. Junto com Menem e Fujimori, pretendia o terceiro mandato, não conseguiram.
FHC não precisou de REFERENDO para reduzir o mandato que seria de Lula, nem se interessou por PLEBISCITO para aumentar o seu. Ele é o pretensioso "senhor dos anéis", pensava (?) que podia tudo. Lula também não tem nada de estimular, encorajar e apoiar Chávez na sua alucinada ânsia de Poder.
PS - Sou contra qualquer R-E-E-E-L-E-I-Ç-Ã-O. Acho que o mandato deve ser de 5 ou até de 6 anos. Sem nenhuma volta, como é hoje nos Estados Unidos. Se como alguns dizem "o mundo é dinâmico", que esse dinamismo não favoreça os que estão no Poder.
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O embusteiro e bucaneiro Hugo Chávez sofreu derrota contundente, imposta pelo presidente Uribe, da Colômbia. Tentando aparecer diante do mundo como conciliador e libertador de seqüestrados, disse ao presidente da França, o direitista Sarkozy: "Vou conversar com o comandante das Farcs, para que solte alguns prisioneiros. O presidente da Colômbia irá comigo". Sarkozy não acreditou.
Logo que soube da afirmação de Chávez, Uribe disse à imprensa: "Jamais falamos sobre isso, não preciso de Chávez como intermediário".
Apanhado em flagrante de mentira explícita e fanfarronice implícita, Chávez fez o que sabe fazer de melhor: hostilizou o presidente que dizia ser seu amigo. E mais: ameaçou cortar relações comerciais com a Colômbia. Como confiar num homem como esse?
Fonte: Tribuna da Imprensa
http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=helio
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