Paulo Xavier | |||
Com um misto de alegria por ter voltado para casa e a tristeza por deixar um Haiti arrasado, 26 militares do Exército em Mato Grosso do Sul, que desembarcaram en Campo Grande na última quarta-feira, após seis meses no país, cuja Capital, Porto Príncipe, foi devastada por um terremoto que matou ao menos 150 mil pessoas, relataram na manhã de hoje que o desejo era ficar lá ajudando a população ainda assustada pela tragédia e que o pensamento de agora é reencontrar os familiares. Com um semblante cansado, os militares contam que o trabalho de engenharia (construção de vias, orfanatos, escolas) realizados por eles antes do terremoto foi transformado em uma operação pela busca de encontrar um vestígio de vida em meios aos escombros que destruíram o país, como conta o 1º sargento Douglas, de Jardim. “No dia do terremoto, o nosso trabalhou se transformou, fizemos parte das equipes de remoção de escombros e corpos. A cidade ficou muito destruída, muitos corpos. Chegamos ao Brasil com o dever cumprido, mas essa alegria ficou um pouco abalada por causa do terremoto. Parece que ficou alguma coisa pendente, queríamos ter deixado o país melhor do que encontramos. A vontade era de continuar ajudando, mas a ordem era voltar e a vontade de encontrar a família é muito grande.”, afirma o sargento. A tristeza dos militares também é representada pelo Sargento Campos, de Aquidauana que trabalhava na ala de comunicações entre as tropas, que afirma que o desejo era continuar a ajudar “Veio o terremoto, tivemos que deixar a tristeza de lado, superar e ajudar uma população que já vivia com muito pouco e agora não tem nada. Queríamos voltar ao Brasil e dar a notícia de que tudo ficou melhor, mas não foi possível”. Porém, no meio de tanto medo e destruição, os militares também relataram que às vezes a esperança retomava, quando uma pessoa era encontrada com vida. Nesse momento, o desespero acabava dando lugar para a esperança, já que todos vibravam quando uma pessoa era encontrada com vida. “Essa foi a segunda vez que eu fui para o Haiti, na primeira havia muito lixo e muita pobreza. Estava melhorando, nós estávamos prontos para ir embora, teve o terremoto e o povo do Haiti está sofrendo muito. Você só via tudo caído e corpos espalhados pelo chão. Houve momentos de alegria como o resgate de três pessoas em um hotel. Mas é triste ver que um país que teve várias melhorias voltou a zero. Agora queremos só ver nossas famílias, mas queríamos ajudar também”. Volta por cima Quando perguntados se após essa tragédia, o país conseguirá se reerguer de novo. Os militares afirmam que sim e que essa certeza repousa na força que o povo do Haiti tem e que, com a ajuda do exército será possível fazer com que o país volte a ter esperança. “Esse povo por si só é muito forte, acho que com o apoio das Nações Unidas, tudo será reconstruído. O povo é muito forte, mesmo com a pobreza e miséria, eles tinham um sorriso fácil que ficou meio apagado, como não poderia ser diferente, mas as pessoas já estão trabalhando, é um povo parecido com o brasileiro, é muito forte”. Próxima ida Segundo informações do Comando Militar do Oeste, há um rodízio de equipes que vão nas missões no Haiti. A próxima formada por militares do CMO ocorrerá em janeiro de 2011. Para estas missões, eles recebem um treinamento de 4 a 5 meses obedecendo os padrões da ONU. Para ir a estas missões, todos têm que ser voluntários. Quando perguntados se gostariam de voltar para o Haiti, os militares afirmam que depois de matarem a saudade da família, se forem requisitados voltariam ao país para tentar reconstruí-lo.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Militares de MS narram drama vivido pela tragédia no Haiti
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
ONU deve alimentar 2 milhões de haitianos por um ano
A responsável da agência explicou que a situação no país caribenho, de onde acaba de retornar, é pior do que pensavam.
"Precisamos alimentar a população por mais tempo e com mais quantidade de comida do que achávamos. A situação é desalentadora", afirmou em entrevista coletiva a diplomata americana.
Josette afirmou que os primeiros cálculos divulgados pouco depois do terremoto de 12 de janeiro previam a necessidade de alimentação parcial de cerca de dois milhões de pessoas por seis meses, pois confiavam na recuperação dos mercados locais de alimentos após algum tempo.
No entanto, a devastação da infraestrutura pública, imóveis e estabelecimentos comerciais causada pelo violento terremoto é maior que o esperado. "Não se sabe como a situação pode retornar à normalidade por um bom tempo", acrescentou Josette.
Por isso, a diretora ressaltou que agora a ONU considera que será necessário cobrir praticamente todas as necessidades nutritivas de pelo menos dois milhões de desabrigados por um ano, já que não deve ser possível conseguir no mercado os alimentos para complementar as porções proporcionadas pela ajuda humanitária.
Também ressaltou que é necessário o envio de produtos alimentícios prontos para comer, pois a população em geral não tem fogões, água ou utensílios para preparar a comida.
Até o momento, foi dada prioridade à distribuição de bolachas energéticas e pacotes de creme de amendoim reforçado com vitaminas para as crianças, indicou.
Caos
Uma operação de distribuição de ajuda diária foi transformada em caos nesta segunda-feira em Porto-Príncipe diante do palácio presidencial haitiano, quando 18 capacetes azuis uruguaios tentavam, sozinhos, conter cerca de 4.000 haitianos famintos.
"Qualquer coisa que fizermos não servirá de nada", gritou em espanhol um dos soldados da ONU (Organização das Nações Unidas), quando lhe perguntaram por que os soldados da paz não tentavam explicar a situação à população em francês ou em crioulo.
Recusando-se a se identificar, o soldado começou a repelir a multidão com um escudo plástico duro. Seus colegas lançavam gás pimenta nos haitianos que estavam na primeira fila da multidão para pararem de empurrar.
Outros soldados que estavam num tanque de cor branca da ONU dispararam balas de borracha para o ar, sinais que mal foram percebidos pela multidão ávida em receber os alimentos fornecidos pelos Estados Unidos através da organização Eagles Wings Foundation.
O poderoso terremoto de magnitude 7, de 12 de janeiro passado, deixou aproximadamente um milhão de desabrigados. Muitos vivem em barracas de campanha nos parques e centenas de milhares foram estimuladas pelo governo a abandonar a cidade destruída de Porto Príncipe.
Ouvidos sobre o por quê de não haver mais tropas da ONU para conter os haitianos famintos, as forças de paz fizeram um gesto de impotência, indicando que não havia mais gente disponível para unir-se a eles.
A multidão empurrava para a frente e se movia como se fosse um só corpo em direção aos caminhões com bandeiras dos Estados Unidos e carregados de bolsas de arroz, vitaminas, óleo de cozinha e soja.
Com Efe e France Presse
domingo, 24 de janeiro de 2010
Governo haitiano eleva contagem oficial de mortos para 120 mil
"Há cerca de 120 mil corpos que recuperamos, sem contar aqueles encontrados por familiares", disse a ministra da Cultura e Comunicação do país, Marie-Laurence Jocelyn Lassegue.
"Agora estamos em processo de ir até as funerárias para contar e isso pode somar mais dezenas de milhares [de mortos]", acrescentou. As vítimas estão sendo enterradas em covas coletivas.
EUA e Brasil distribuem alimentos no Haiti; veja vídeo
Número de mortos no terremoto chega a 111 mil, diz governo do Haiti
Dez dias após terremoto, mulher de 69 anos é resgatada de escombros no Haiti
Autoridades do país vinham estimando o número de mortos entre 100 mil e 200 mil.
Anteriormente, a própria ministra Lassegue já havia afirmado que até amanhã, o balanço oficial deve atingir a cifra de 150 mil mortes. Até ontem, a estimativa do governo haitiano era de 111.499 cadáveres resgatados.
Bancos
Além disso, ficou efetiva hoje a abertura dos bancos, adiada desde quinta-feira passada. Em cada filial bancária aberta, houve filas de centenas de pessoas que esperavam para poder retirar um pouco do dinheiro pela primeira vez há 11 dias, em um ambiente de relativa calma.
O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti. E
Com Efe
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Brasil corre para alocar contingente militar extra no Haiti
enviado especial da Folha de S. Paulo a Porto Príncipe
Embora tenha no início titubeado quanto ao aumento de tropas da Minustah, o Brasil agora decidiu correr. Em dois dias, o comando do contingente brasileiro da força de paz da ONU já definiu local para os 900 novos soldados previstos (outros 400 ficam em situação de espera e poderão ser acrescentados no futuro). Será um novo batalhão, o Brabatt 2, ao lado do atual.
A terraplanagem já está feita, e os contêineres que abrigarão quartos, banheiros, escritórios e refeitório começarão a ser montados em breve. "Isso pode ser feito em 15 a 30 dias no máximo", diz o comandante do Brabatt, coronel João Batista Bernardes.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 1.200 militares na força de paz e já gastou R$ 700 milhões em cinco anos. O contingente extra, portanto, poderá mais do que dobrar o efetivo. O reforço será prioritariamente empregado na segurança.
A novidade, segundo o comandante, é que parte do novo efetivo poderá ser enviado para outras partes do país. Atualmente, todo o batalhão brasileiro serve em Porto Príncipe. "Isso dependerá de uma avaliação ainda da questão de segurança", afirmou Bernardes.
"Guerra psicológica"
O aumento do efetivo ocorre após a chegada de cerca de 10 mil soldados americanos na cidade. O Brasil não gostou de ver a presença de tantos fuzileiros navais dos EUA no aeroporto e em pontos estratégicos como o palácio presidencial.
"Os americanos têm um senso muito agudo de imagem, e são conhecidos por fazer muito bem guerra psicológica", declarou o comandante.
O contingente brasileiro da Minustah também recebeu informações de que os americanos avançam em outras frentes de propaganda. Uma delas é a distribuição de bandeiras dos EUA, que começaram a aparecer com maior frequência pela cidade. Também se atribuem aos americanos algumas pichações em muros pedindo a saída da Minustah.
O Brasil também está incomodado com demonstrações ofensivas de presença americana em algumas áreas. Bernardes afirmou que no máximo pode haver "reconhecimento de terreno" por parte de fuzileiros navais. Ou seja, patrulhas e passeio a pé. Nada mais.
"Reconhecimento de terreno a pé é normal e esperado. Mas patrulhas motorizadas em pontos como Cité Soleil [maior favela da capital haitiana] são exclusividade da Minustah", afirmou o comandante do batalhão brasileiro.
Também há permissão da força da ONU de que os EUA respondam com tiros se forem atacados. Segundo Bernardes, qualquer procedimento dos americanos que fuja dessa orientação será denunciado ao comando da Minustah.
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Especial
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Os pecados do Haiti (Eduardo Galeano - Carta Maior)
Os pecados do Haiti
A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. O artigo é de Eduardo Galeano.
Eduardo Galeano
A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.
O voto e o veto
Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer.
Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:
– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.
O álibi demográfico
Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema:
– Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.
E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.
Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.
Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.
A tradição racista
Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".
O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das Leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".
Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".
A humilhação imperdoável
Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos tinham conquistado antes a sua independência, mas meio milhão de escravos trabalhavam nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.
A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava do Haiti, ninguém vendia, ninguém reconhecia a nova nação.
O delito da dignidade
Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar conseguiu reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.
Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. A essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perda por haver cometido o delito da dignidade.
A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Dois brasileiros ainda estão desaparecidos no Haiti
Em São Paulo
Dois civis brasileiros ainda estão desaparecidos no Haiti, segundo balanço mais recente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, desde o terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou o país há uma semana.
* Divulgação PMDF
À direita, o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, desaparecido no Haiti
Dos 119 civis sobre os quais foram prestadas informações de que estariam no Haiti no momento do tremor, até a manhã desta terça-feira (19) foram recebidas notícias de 117 deles, restando dois de paradeiro desconhecido.
Um dos desaparecidos é o tenente da Polícia Militar do Distrito Federal Cleiton Batista Neiva, que estava em Porto Príncipe. Segundo a PM-DF, o tenente estava no Haiti "prestando serviços a Organização das Nações Unidas (ONU)". "As últimas informações são de que o Oficial estava de serviço no prédio da ONU na hora do terremoto que assolou o país", informa, por meio de nota.
Ainda segundo a PM, o primeiro tenente ingressou na corporação em abril de 1997 e antes de partir, em 2005, para a cidade de Porto Príncipe, trabalhou em diversas unidades, entre elas, no 1º BPM (Asa Sul) e no Pelotão Turístico da Polícia Militar.
"A Polícia Militar continua em contato com o Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, com integrantes das Forças Armadas e em especial com o Comando do Corpo de Bombeiros do DF, que enviou efetivo para auxiliar no resgate de vítimas, a fim de obter maiores informações sobre o paradeiro do valente policial militar", completa a nota.
O Itamaraty informou que não tem informações sobre quem seria o segundo desaparecido.
O governo brasileiro confirmou a morte de 19 brasileiros, entre eles, a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti e o brasileiro no mais alto posto da organização.
Dezessete dos mortos são militares. O Exército anunciou que foram encontrados 16 corpos, à exceção do major Márcio Guimarães Martins, do Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro, que é dado como desaparecido. Três civis morreram, segundo o Itamaraty, que não informa a identidade da terceira vítima.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Uma semana após terremoto, Haiti vive fome, sede e conta seus mortos
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O início da tragédia tem hora e local: 16h53 (19h53 no horário de Brasília), epicentro a 15 quilômetros da capital do país. Mas os estragos ultrapassaram as fronteiras da nação mais pobre do hemisfério ocidental, hoje com 1,5 milhão de desabrigados, metade de sua população.
Entre os mortos, estrangeiros de pelo menos 25 nacionalidades e 19 brasileiros. Entre eles, a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti e o brasileiro no mais alto posto da organização.
Primeiro país independente da América Latina, o Haiti agora depende da mobilização internacional iniciada logo após o tremor. A ajuda, no entanto, enfrenta a barreira logística -a dificuldade de distribuir alimento e água a milhares espalhados em acampamentos improvisados, dormindo ao relento, sob uma paisagem de destroços e corpos em decomposição.
Quer ajudar as vítimas do terremoto no Haiti?
Se a estimativa do governo haitiano se concretizar, serão 200 mil mortos que colocarão a tragédia entre as dez piores da história. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) acredita em 100 mil mortes. Aproximadamente 70 mil corpos haviam sido enterrados em valas comuns até esta segunda-feira (18).
Na tentativa de recuperação, que deve levar anos, o Brasil tem papel de destaque. Lidera as tropas da missão de paz da ONU no país, com 1.266 militares -número que pode dobrar, segundo o Exército, para ajudar na reconstrução do país. A Minustah, como é chamada a missão da ONU no Haiti, tem contingente de cerca de 9.000 pessoas, pouco mais de 7.000 delas militares.
Ajuda em curto prazo e eleições para o futuro, defende analista para o Haiti
Para Julia Schünemann, o Haiti só alcançará algum nível de estabilidade política e social, se a ajuda internacional for capaz de, ao mesmo tempo, produzir resultados concretos em curto prazo e ter uma visão de futuro
Em meio ao caos, cenas de esperança. Um grupo, do qual fazia parte um menino de sete anos, sobreviveu 120 horas sob escombros de um supermercado. Somam-se às cerca de 70 pessoas retiradas com vida do que restou dos prédios derrubados, mesmo após dias debaixo da terra.
Mas as consequências do terremoto vão além da destruição de patrimônio em um país com elevados índices de doenças como Aids, tuberculose e malária. Para médicos no Haiti, o pior ainda está por vir. As infecções decorrentes da demora em enterrar os mortos e atender os feridos em um país de crianças subnutridas, onde a higiene já era um desafio, pode provocar um dos piores desastres médicos da história.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, prevê surtos de doenças infecciosas. "Há as variedades de doenças típicas daqui, mas certamente haverá uma piora depois de um desastre como esse", afirmou à agência Reuters Steven Harris, diretor médico do CDC no Haiti.
*Com agências internacionais
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Após caos, Haiti abre centros de distribuição e suprimentos chegam a mais vítimas
70 mil corpos já foram enterrados no Haiti, diz governo local
ONU pode elevar tropas de paz no Haiti, diz Amorim
Bill Clinton e George Bush unem forças para ajudar o Haiti
Diante da devastação, o governo haitiano decretou neste domingo estado de emergência, além de um luto nacional de 30 dias pelas milhares de vítimas. Ainda não há um número oficial de vítimas, mas o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph, afirmou neste domingo que cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns.
Marco Dormino-17jan.2010/AP |
Soldados bolivianos da missão da ONU entregam comida a haitianos afetados pelo terremoto; ajuda começa a chegar a mais afetados |
As vítimas incluem ainda 17 brasileiros --15 militares e dois civis--, segundo o governo brasileiro. O ministro de Defesa, Nelson Jobim, falou ainda em um terceiro civil morto, informação não confirmada pelo Planalto.
Os centros de distribuição terão uma capacidade de alojamento de cerca de 500 lugares e serão improvisados nos prédios públicos que resistiram ao tremor na capital e em seis cidades vizinhas, segundo uma fonte do governo, citada pela agência de notícias France Presse.
A gestão dos centros e da distribuição dos alimentos será feita em coordenação com o Programa Mundial de Alimentos.
O almirante Ted Branch, comandante do porta-aviões Carl Vinson, que tem 19 helicópteros a bordo, mobilizado em alto mar diante de Porto Príncipe, afirmou que a entrega de ajuda humanitária está "progredindo".
"É urgente agir, mas estamos cada dia melhor para entregar alimentos", afirmou Branch.
A Marinha americana começou a enviar helicópteros com militares para ajudar a dar segurança a alguns pontos de distribuição e reduzir a disputa por alimentos entre uma população privada de comida e água desde o terremoto que devastou o país.
O almirante disse também que o porta-aviões será capaz em breve de distribuir grandes quantidades de água potável produzida a bordo com um processo de dessalinização. Ele aguarda apenas a chegada de 84 mil barris para o transporte da água.
Dificuldades
J.J. Guillen-17jan.2010/Efe |
Veículos cruzam posto de controle na fronteira entre Haiti e República Dominicana; fuga em massa após terremoto |
Os beneficiados pelo progresso na entrega de ajuda devem ser os haitianos em áreas de colinas, de mais difícil acesso, que ainda não viram a ajuda humanitária chegar.
O mundo respondeu com um esforço em massa para ajudar os haitianos e aviões carregados de suprimentos e equipes de resgate chegam em intervalos de minutos no aeroporto danificado de Porto Príncipe. Mas, na cidade em que o presidente governa de uma delegacia, sem casa ou sede de governo, os haitianos simplesmente não têm infraestrutura para usar da melhor maneira esta ajuda.
A coordenação da ajuda é um desafio --o aeroporto não tem torre de controle, o porto está tão destruído que não pode receber barcos, as estradas estão bloqueadas por destroços e haitianos que temem ficar sob um telhado que pode vir abaixo e, mesmo para quem consegue passar, não há combustível.
Tragédia
O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (12) (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.
Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.
Cerca de 70.000 corpos já foram enterrados em valas comuns no Haiti após o terremoto que devastou o país na última terça-feira, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.
Segundo o governo brasileiro, 17 brasileiros morreram no país --15 militares e dois civis, a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado (16).
O ministro da Defesa, Nelson Jobim,diz que há ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.
Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil na sexta-feira (15), e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.
Com France Presse e Reuters
sábado, 16 de janeiro de 2010
Três dias após terremoto, clima de tensão e caos se eleva no Haiti
O tremor de magnitude 7,0 ocorrido na terça-feira pode ter matado entre 50 mil e 100 mil pessoas, afirmou nesta sexta-feira a Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). Já o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) apontou ontem para um número entre 45 mil e 50 mil vítimas.
Veja perfil dos militares brasileiros mortos no terremoto no Haiti
Secretário-geral da ONU viajará em breve ao Haiti
Envie o seu relato sobre o terremoto no Haiti
Brasil divulga telefones para vítimas do país
No único número concreto sobre a extensão da tragédia, o presidente do Haiti, René Préval, disse ontem que 7.000 corpos já foram colocados em uma vala comum. "Já enterramos 7.000 em uma vala comum", disse Préval a repórteres no aeroporto da capital, Porto Príncipe, enquanto acompanhava o presidente dominicano Leonel Fernández, o primeiro chefe de Estado a visitar o Haiti depois do devastador terremoto.
Apesar da intensa mobilização internacional para o envio de ajuda humanitária --em forma de equipes de resgates, equipamentos, mantimentos e dinheiro--, ela ainda não chegou para a grande maioria dos haitianos. Desabrigados e sem ter como retirar parentes dos escombros ou enterrar os corpos, a tensão começa a tomar conta das ruas de Porto Príncipe.
"Infelizmente eles estão lentamente ficando mais impacientes e com raiva", disse David Wimhurst, porta-voz da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti), à BBC. "Nosso maior problema é a insegurança", disse por sua vez Delfin Antonio Rodriguez, comandante da equipe de resgate da República Dominicana, ao canal britânico. "Ontem eles tentaram roubar alguns de nossos caminhões. Hoje quase não conseguimos trabalhar em alguns lugares por conta disso."
Ariana Cubillos/AP |
Corpos são amontoados na frente do necrotério de Porto Príncipe após o terremoto; situação deve levar a epidemias no Haiti. |
Ontem também ocorreu um boato de que um depósito de alimentos da ONU teria sido saqueado. Porém, a informação não foi confirmada.
A mesma sorte não teve um supermercado de Porto Príncipe, informou um jornalista da agência de notícias France Presse que presenciou a ação. Várias pessoas saquearam tudo o que encontram dentro do supermercado, disse o jornalista.
A limitada infraestrutura do Haiti, ainda mais precária após o terremoto, é o principal obstáculo para que a ajuda chegue aos necessitados. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, oficiais americanos avaliaram que o aeroporto de Porto Príncipe, que tem apenas uma pista, só pode operar 90 decolagens e pousos por dia --número que ainda não foi alcançado.
Segundo Crowley, a chegada do porta-aviões Carl Vinson, com 19 helicópteros, dará ao Haiti uma infraestrutura equivalente a um segundo aeroporto. Os Estados Unidos estão tentando construir um heliporto provisório próximo ao aeroporto de Porto Príncipe para ajudar a entregar água, comida e medicamentos.
Brasileiros
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) transportando militares brasileiros feridos no terremoto que atingiu o Haiti pousou na base aérea do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na grande São Paulo, por volta das 12h30 de hoje. Os mais feridos foram levados para hospitais, enquanto os outros falaram com jornalistas.
Pouco antes, o avião C-130 Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) com quatro civis brasileiros repatriados do Haiti aterrissou na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Entre os brasileiros, estão os dois filhos de uma funcionária brasileira da ONU (Organização das Nações Unidas) que sobreviveu ao terremoto devastador de terça-feira (12).
O ministro Jobim afirmou na madrugada desta sexta-feira, ao desembarcar em Brasília, vindo do Haiti, que 17 brasileiros morreram no terremoto. Segundo reportagem de Fábio Zanini, da Folha de S. Paulo, Jobim afirmou que havia 14 militares e três civis brasileiros mortos. Os militares já haviam sido confirmados pelo Comando do Exército na manhã de ontem. Os corpos dos militares mortos devem chegar ao Brasil no domingo.
Já os civis incluiriam a médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, cujo velório acontece nesta sexta-feira em Curitiba, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro afirmou ainda que o número dois da Minustah, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, está morto mas seu corpo ainda não tinha sido encontrado sob os escombros.
Jobim confirmou ainda quatro militares desaparecidos que, segundo ele, estariam mortos. O Comando do Exército mantém informação de que 14 militares morreram e que as buscas pelos desaparecidos continuam.
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Anu
Três dias após terremoto, clima de tensão e caos se eleva no Haiti
O tremor de magnitude 7,0 ocorrido na terça-feira pode ter matado entre 50 mil e 100 mil pessoas, afirmou nesta sexta-feira a Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). Já o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) apontou ontem para um número entre 45 mil e 50 mil vítimas.
Veja perfil dos militares brasileiros mortos no terremoto no Haiti
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Envie o seu relato sobre o terremoto no Haiti
Brasil divulga telefones para vítimas do país
No único número concreto sobre a extensão da tragédia, o presidente do Haiti, René Préval, disse ontem que 7.000 corpos já foram colocados em uma vala comum. "Já enterramos 7.000 em uma vala comum", disse Préval a repórteres no aeroporto da capital, Porto Príncipe, enquanto acompanhava o presidente dominicano Leonel Fernández, o primeiro chefe de Estado a visitar o Haiti depois do devastador terremoto.
Apesar da intensa mobilização internacional para o envio de ajuda humanitária --em forma de equipes de resgates, equipamentos, mantimentos e dinheiro--, ela ainda não chegou para a grande maioria dos haitianos. Desabrigados e sem ter como retirar parentes dos escombros ou enterrar os corpos, a tensão começa a tomar conta das ruas de Porto Príncipe.
"Infelizmente eles estão lentamente ficando mais impacientes e com raiva", disse David Wimhurst, porta-voz da Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti), à BBC. "Nosso maior problema é a insegurança", disse por sua vez Delfin Antonio Rodriguez, comandante da equipe de resgate da República Dominicana, ao canal britânico. "Ontem eles tentaram roubar alguns de nossos caminhões. Hoje quase não conseguimos trabalhar em alguns lugares por conta disso."
Ariana Cubillos/AP |
Corpos são amontoados na frente do necrotério de Porto Príncipe após o terremoto; situação deve levar a epidemias no Haiti. |
Ontem também ocorreu um boato de que um depósito de alimentos da ONU teria sido saqueado. Porém, a informação não foi confirmada.
A mesma sorte não teve um supermercado de Porto Príncipe, informou um jornalista da agência de notícias France Presse que presenciou a ação. Várias pessoas saquearam tudo o que encontram dentro do supermercado, disse o jornalista.
A limitada infraestrutura do Haiti, ainda mais precária após o terremoto, é o principal obstáculo para que a ajuda chegue aos necessitados. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley, oficiais americanos avaliaram que o aeroporto de Porto Príncipe, que tem apenas uma pista, só pode operar 90 decolagens e pousos por dia --número que ainda não foi alcançado.
Segundo Crowley, a chegada do porta-aviões Carl Vinson, com 19 helicópteros, dará ao Haiti uma infraestrutura equivalente a um segundo aeroporto. Os Estados Unidos estão tentando construir um heliporto provisório próximo ao aeroporto de Porto Príncipe para ajudar a entregar água, comida e medicamentos.
Brasileiros
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) transportando militares brasileiros feridos no terremoto que atingiu o Haiti pousou na base aérea do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na grande São Paulo, por volta das 12h30 de hoje. Os mais feridos foram levados para hospitais, enquanto os outros falaram com jornalistas.
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