70 mil corpos já foram enterrados no Haiti, diz governo local
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Diante da devastação, o governo haitiano decretou neste domingo estado de emergência, além de um luto nacional de 30 dias pelas milhares de vítimas. Ainda não há um número oficial de vítimas, mas o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph, afirmou neste domingo que cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns.
Marco Dormino-17jan.2010/AP |
Soldados bolivianos da missão da ONU entregam comida a haitianos afetados pelo terremoto; ajuda começa a chegar a mais afetados |
As vítimas incluem ainda 17 brasileiros --15 militares e dois civis--, segundo o governo brasileiro. O ministro de Defesa, Nelson Jobim, falou ainda em um terceiro civil morto, informação não confirmada pelo Planalto.
Os centros de distribuição terão uma capacidade de alojamento de cerca de 500 lugares e serão improvisados nos prédios públicos que resistiram ao tremor na capital e em seis cidades vizinhas, segundo uma fonte do governo, citada pela agência de notícias France Presse.
A gestão dos centros e da distribuição dos alimentos será feita em coordenação com o Programa Mundial de Alimentos.
O almirante Ted Branch, comandante do porta-aviões Carl Vinson, que tem 19 helicópteros a bordo, mobilizado em alto mar diante de Porto Príncipe, afirmou que a entrega de ajuda humanitária está "progredindo".
"É urgente agir, mas estamos cada dia melhor para entregar alimentos", afirmou Branch.
A Marinha americana começou a enviar helicópteros com militares para ajudar a dar segurança a alguns pontos de distribuição e reduzir a disputa por alimentos entre uma população privada de comida e água desde o terremoto que devastou o país.
O almirante disse também que o porta-aviões será capaz em breve de distribuir grandes quantidades de água potável produzida a bordo com um processo de dessalinização. Ele aguarda apenas a chegada de 84 mil barris para o transporte da água.
Dificuldades
J.J. Guillen-17jan.2010/Efe |
Veículos cruzam posto de controle na fronteira entre Haiti e República Dominicana; fuga em massa após terremoto |
Os beneficiados pelo progresso na entrega de ajuda devem ser os haitianos em áreas de colinas, de mais difícil acesso, que ainda não viram a ajuda humanitária chegar.
O mundo respondeu com um esforço em massa para ajudar os haitianos e aviões carregados de suprimentos e equipes de resgate chegam em intervalos de minutos no aeroporto danificado de Porto Príncipe. Mas, na cidade em que o presidente governa de uma delegacia, sem casa ou sede de governo, os haitianos simplesmente não têm infraestrutura para usar da melhor maneira esta ajuda.
A coordenação da ajuda é um desafio --o aeroporto não tem torre de controle, o porto está tão destruído que não pode receber barcos, as estradas estão bloqueadas por destroços e haitianos que temem ficar sob um telhado que pode vir abaixo e, mesmo para quem consegue passar, não há combustível.
Tragédia
O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (12) (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.
Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.
Cerca de 70.000 corpos já foram enterrados em valas comuns no Haiti após o terremoto que devastou o país na última terça-feira, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.
Segundo o governo brasileiro, 17 brasileiros morreram no país --15 militares e dois civis, a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado (16).
O ministro da Defesa, Nelson Jobim,diz que há ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.
Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil na sexta-feira (15), e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.
Com France Presse e Reuters
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