quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Premiê haitiano diz que mortes por tremor podem passar de 100 mil

13/01/2010 - 16h04


O forte terremoto que atingiu o Haiti --e, principalmente, a capital Porto Príncipe-- ontem (12) pode ter deixado milhares de mortos, disse o presidente do país, Rene Préval, em entrevista ao jornal "Miami Herald", a primeira desde a tragédia. O premiê Jean-Max Bellerive, afirmou à TV americana CNN acreditar que os mortos "estejam além dos 100 mil".


Sargento morto no Haiti já deveria estar no Brasil, conta irmão
Brasileira no Haiti fala em saques e corpos na rua; ouça
"Não é hora de perder a esperança", diz dom Evaristo sobre a morte da irmã no Haiti
Terremoto mata 11 militares brasileiros no Haiti; veja lista
Envie o seu relato sobre o terremoto no Haiti


Na entrevista, o presidente Préval afirmou que, após o terremoto, o cenário é "inimaginável". "O Parlamento desabou. O escritório de finanças desabou. Escolas desabaram. Hospitais desabaram", afirmou o presidente. Préval afirmou ter passado por diversas comunidades, todas atingidas. "Há muitas escolas com muita gente dentro." Há pessoas presas também dentro do Parlamento, entre elas o presidente do Senado haitiano, Kely Bastien. "Todos os hospitais estão cheios de gente", afirmou.


"É uma catástrofe", disse a primeira-dama haitiana, Elisabeth Préval. "Estou pisando sobre corpos. Muita gente está soterrada sob prédios. O hospital geral desabou. Precisamos de apoio. Precisamos de ajuda. Precisamos de engenheiros", disse.


O terremoto de 7 graus de magnitude, segundo medição do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que atingiu ontem (13) a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixou muitos prédios destruídos. Não há confirmação sobre o número de mortos, porém a expectativa é a de que sejam milhares. Entre os brasileiros, foram confirmadas 12 mortes, sendo 11 militares e a médica filantropa Zilda Arns.


O Brasil tem 1.266 militares na Força de Paz da ONU, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Os militares já tiveram participação no socorro às vítimas dos furacões de 2004 e de 2008, que atingiram o Haiti.


Os escombros do tremor bloquearam as ruas. Entre os prédios que desmoronaram estão o histórico Palácio Nacional e o edifício da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, no qual ao menos cinco pessoas morreram, conforme a própria organização. Mais de cem dos agentes da ONU no país estão desaparecidos. A Cruz Vermelha anunciou, em comunicado, que 59 de seus funcionários locais ainda estão desaparecidos, mas que os nove funcionários internacionais do grupo estão seguros.


Porto Príncipe foi atingido por diversas réplicas --tremores de intensidade menor que ocorrem após um grande terremoto. Milhares de pessoas estão nas ruas em busca de informações sobre desaparecidos, ou reunidos em praças públicas para cantar hinos.


Jornalistas da agência Associated Press descrevem danos graves e generalizados pelas ruas, onde sangue e corpos podem ser vistos. Segundo a agência, dezenas de milhares de pessoas estão desabrigadas. A rede de TV CNN informou que possui imagens de mortos pelas ruas da capital haitiana, mas que são muito fortes para exibição.


O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira em entrevista a jornalistas que liberou verba de US$ 10 milhões (R$ 17 milhões) para as vítimas. A verba sairá do fundo da ONU de Alívio de Emergência.



Arte/Folha Online

Nenhum comentário: